A saudade sempre foi a companheira inseparável de todas as pessoas, de todos os povos, provavelmente desde os primórdios da humanidade, porque é um sentimento.

Como sentimento é impossível negar sua existência, convivemos com ele diariamente.

Como vocábulo não. Existe apenas na Língua Portuguesa e é tido como um dos mais difíceis de definir e de traduzir, em virtude de sua riqueza semântica.

Nenhuma outra língua, por mais que tenha usado de malabarismos vocabulares, foi capaz de expressar com precisão seu real significado. Isto não significa que quem não fala o Português não sinta saudade. Claro que sente. Só que eu não entendo como essas pessoas conseguem definir esse sentimento sem uma palavra específica.

De acordo com o dicionário Aurélio, saudade significa: "Lembrança nostálgica e ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; nostalgia". "Pesar pela ausência de alguém que nos é querido".

Na gramática, é um substantivo abstrato. Na prática é concreto. Não podemos vê-la, mas podemos senti-la e até derramar uma lágrima.

Há vários tipos de saudade: de alguém que morreu, de quem amamos mas está longe, de um amigo, de lugares, de viagens, do país de origem, da infância, da juventude de animais de estimação, frutas, alimentos...

Quando a saudade chega, podemos sentir angústia, nostalgia, tristeza, solidão, isolamento, depressão.. Ela nos faz pensar em imagens do passado em lembranças que ficaram gravadas dentro de nós, nas emoções vividas e que deixaram suas marcas. A saudade é um registro fiel do passado trazido para o presente. Quando vemos a pessoa querida, falamos ao telefone, vemos sua foto, um vídeo..., ela pode ser substituída pela alegria.

Muitas vezes a saudade chega antecipadamente, antes de acontecer uma separação. É uma saudade do futuro. E é doída também.

A saudade está registrada em textos e poesias e músicas da Língua Portuguesa, mas não é um sentimento exclusivo dos seres humanos. Até os animais sentem saudade. Isto fica muito visível nos cães. Estes deixam de se alimentar e às vezes adoecem quando ficam longe de seus donos por muito tempo.

Trinta de janeiro é o dia da saudade, mas uma saudade antecipada deste ano me fez pesquisar e escreve este texto. Ano em que perdi numa morte inesperada e prematura, minha querida tia Sonia. Estamos no último mês do ano, e, se remexermos no baú de lembranças de 2007, encontraremos, as saudades ali, gravadas em nosso coração. Impossível apagá-las. Vamos organizá-las por categoria reservando um local para outras que virão. Recorda-las? Sim, sem tristezas, lembrando dos momentos felizes e do aprendizado que os momentos difíceis nos trouxeram. Vamos seguir o caminho para o futuro

2 comentários

  1. ANTONIETA LIMA // 14 de junho de 2009 às 10:10  

    NASCI NO DIA DA SAUDADE...
    SAUDADE É ASSIM MESMO, DESEJO QUE UM TEMPO VOLTE... UMA PESSOA QUERIDA... UM SENTIMENTO DE FALTA DE ALGO QUE SE FOI E QUE VEM DO FUNDO DA ALMA E É INEXPLICÁVEL.

  2. Marcia Nesse // 28 de agosto de 2010 às 23:56  

    Como voce mesmo já afirmou... "toda coerência é no minimo suspeita".
    Sonoramente doce, sensivelmente amarga. Um dia te faz sorrir, no outro te faz chorar... nos lembra que ficou guardada em algum tempo ou lugar...
    E somente o que valeu a pena ficará na lembrança e poderá se transformar em saudade pois quando ela não mais chegar será pq não valerá mais a pena se lembrar...
    Simplesmente existem coisas que não queremos esquecer... melhor mesmo é deixar o sorriso nostálgico brotar mesmo que seguido da tal lágrima que insiste em rolar...
    Como já diz o dito popular:
    "Deixa rolar"... bem melhor que esquecer. Afinal... o que seria da saudade se não mais houvessem as lembranças??? De que valeria os momentos se não pudessem ser lembrados???
    Como seria o presente de alguém que não tem passado???

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